Friday, June 16, 2006

Re[corte] descarado (Estrangeirismo)

Uma sessão dedicada a sempre trazer artigos com os mais diferentes pontos de vista, sobre literatura, comportamento, arte... (e o que mais me der na telha...)

Estrangeirismo - vendilhões da cultura brasileira
Por Hélio Consolaro*

Há um entreguismo praticado por um grupelho de publicitários, executivos e endinheirados que vivem voando para Miami, bem no estilo do casamento de Ronaldinho e Daniella Cicarelli (prenome e sobrenome com eles duplos), chique como Fernando Collor de Mello. Tudo verniz, no primeiro conflito, dão “barraco”, mostram sua essência.

Esse estrangeirismo exacerbado por subserviência cultural é que faz aparecer projetos nacionalistas (outra praga) de proibição de incorporação de palavras estrangeiras ao português, a exemplo do apresentado pelo deputado federal Aldo Rebelo (PcdoB).

A resistência está no povo. Ainda bem que o povo brasileiro, principalmente o do interiorzão, a exemplo do presidente Lula da Silva, não gosta de inglês, se enrola todo com o idioma de George Bush. Parece um paradoxo, mas é a simplicidade de nosso povo (ou, como querem alguns, a ignorância) é que fará preservar a nossa cultura, porque o império romano ao invadir uma região, atacava de imediato dois elementos importantes da alma dos derrotados: a língua e a religião. Convido professores de Português a trabalhar a música de Samba do Approach, de Zeca Baleiro, como forma de conscientização contra o estrangeirismo. Se algum colega quiser, tenho proposta de trabalho com a letra da música. Basta solicitar.

Para não dizerem que seja ranhetice desse professor, reproduzo aqui artigo do jornalista Eduardo Martins, consultor de língua portuguesa do jornal O Estado de São Paulo:

“Se o leitor precisar de um serviço diferenciado, basta utilizar o e-business on demand de uma grande empresa internacional de informática. Já a fabricante de aparelhos eletrônicos, para mostrar que busca sempre o bem-estar do consumidor, tem como lema Ideas for life. E a companhia brasileira de aviação oferece a todos nós o smiles one way, uma forma rápida de computar a nossa milhagem.

Na grande feira anual da moda realizada na capital paulista, a São Paulo Fashion Week, os fashionistas apresentam as suas criações, que depois vão figurar nos anúncios com nomes como chintzed linen jacket e grained calf light shoes.

As vitrines dos shoppings e os anúncios na imprensa convidam o público a aproveitar as sales, que podem ser summer sales, winter sales e autumn sales. Em todas as liquidações (definitivamente, o nosso não é um idioma fashion), o preço dos artigos varia de 15% a 70% off e freqüentemente incluem discontinued models. As promoções podem ainda chamar-se Day Off e trazer uma inacreditável crase na indicação “à partir de”. Em outros apelos, toda sale pós-Natal proclama o dia seguinte como day after.

Seria injusto, porém, considerar o uso abusivo do inglês prática exclusiva do universo de Gisele Bündchen. As competições não ficam atrás. Assim, por exemplo, os bikers poderão utilizar suas mountain bikes em qualquer edição da Bike Race Accross, tão empolgante quanto a Paraty Land Adventure. Para recepções grã-finas recomenda-se high black & white (ou black-tie preto e branco). A Escrava Isaura, novela da Rede Record, foi, para todos os efeitos, um remake (e jamais remontagem ou nova versão) da antiga produção da Rede Globo. Também na TV, existem breaks e não intervalos comerciais, e a avaliação da audiência se faz por meio de share e marketshare. Por fim, quando homem se veste de mulher, mas não é gay, pratica um crossed dressing.

Na economia, empresas fabricam tampas easy open, carros dispõem de brake light (luz de freio não deve soar bem) e cartões de crédito lançam programas como Membership Rewards. Agências de publicidade buscam seu target (e nunca objetivo) e procuram valorizar o conceito de branding, enquanto serviços de money market, financial drawback e call center se difundem.

A dança das palavras, é justo reconhecer, atinge todas as áreas de atividade: serial killer (por que não matador em série?), países em default (eufemismo para calote), food service, festa rave, pit stop, teen, warm up (que tal aquecimento?), playoff, feedback, input, know-how, interface, ranking, catwalk, point, revival, catering, fitness lounge, happy hour, backstage, hardcore, hitmaker.

Faltou algo? Claro. Mas, se banirmos o onipresente delivery, será que vamos conseguir encomendar a pizza habitual? Alguma casa do gênero ainda se lembra do anacrônico entrega em domicílio?”

* Hélio Consolaro é professor de Português, escritor, cronista diário da Folha da Região, de Araçatuba, coordenador deste site e presidente da Academia Araçatubense de Letras.



Tá no...

Portal das letras
www.portrasdasletras.com.br

Nossa Língua Portuguesa [Sem o Pasquale Cipro Neto...] (Ou seria... Nossa Língua BRASILEIRA?)

Coluna dedicada a vasculhar, desvendar, devassar e estrupar a língua portuguesa...

[NOTA: Apesar da iniciativa louvável desse blog... Você encontrará com freqüência - será que ainda se usa o trema??? continuando... - erros ortográficos, sintátitos, semânticos [seja lá o que signifiquem...], pois o objetivo deste blog é vasculhar [para naum dizer plagiar...] artigos, textos... enfim qualquer coisa que assuma alguma relevância para os não bem dotados no campo lusófano...]


Existe a Língua BRASILEIRA?



Fato esse que ainda gera discussões entre brasileiros e portugas...
Recentemente vimos algumas novelas lusiitanas serem transmitidas em emissoras nacionais... e DUBLADAS...

Será que de fato a língua falada no Brasil é a mesma falada em Portugal?

Fomos pesquisar... E olha o que averiguamos...

Cientificamente, não existe língua brasileira. O posicionamento de algumas personalidades que afirmam a sua existência – como o poeta Mário de Andrade, por exemplo – constitue apenas uma forma de ressaltar a independência da produção literária e artística existente dos dois lados do Atlântico. No caso do modernismo, a que Mário de Andrade esteve ligado, houve pela primeira vez o trilhar de caminhos diversos de movimentos da época. Nos anos 40, com o surgimento do neo-realismo, é novamente possível ver no Brasil e em Portugal uma mesma linha literária (como atesta a influência de autores como Jorge Amado e José Lins do Rego na literatura portuguesa), o que fez com que essa questão fosse deixada de lado. As recentes dificuldades de compreensão do que diziam os portugueses enfrentadas pela leva de brasileiros que vieram para Portugal no final da década de 80 trouxe de volta a discussão. No entanto, não é uma questão de diferenças de idioma: trata-se apenas de diferenças na pronúncia, originada num leque maior de formas que as vogais assumem em Portugal. As diferenças semânticas, sintácticas e ortográficas existentes são menores.

Até o século XVIII, também era chamada de língua brasileira o que se consagrou chamar de Língua Geral, que é uma mistura de tupi e línguas africanas, tendo como base o português simplificado. Desta língua restam poucos testemunhos escritos, por ser um instrumento de uso oral, sem registro sistemático.

Quanto ao falar dos habitantes do Brasil antes da chegada dos portugueses, não se pode falar de língua brasileira, mas sim de línguas brasileiras, por existirem uma grande quantidade de idiomas, muitos dos quais hoje perdidos.


Fonte

Portal Sapo [Ciberdúvidas]
http://ciberduvidas.sapo.pt/php/resposta.php?id=1727

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